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Operação desmonta organização que falsificava defensivos agrícolas




Foram 55 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 22 mandados de busca e apreensão de veículos E 37 mandados de sequestro de bens e rendas

Na manhã do dia 15 de dezembro de 2022, a Polícia Civil gaúcha, por intermédio do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de São Luiz Gonzaga (Draco), contando com a participação de diversos órgãos de segurança pública e fiscalização dos estados do Rio Grande do Sul (RS), Paraná (PR) e Bahia (BA), todos integrantes da Operação Hórus, deflagrou operação em três estados e desmantelou organização criminosa que vendia e falsificava defensivos agrícolas proibidos no Brasil.

Foram executadas mais de 160 ordens judiciais contra uma organização criminosa que comercializa e falsifica defensivos agrícolas de uso proibido no Brasil. Dentre as ordens judiciais destacam-se 11 mandados de prisão preventiva (chefias da organização), 55 mandados de busca e apreensão em residências e empresas (em 15 cidades do Rio Grande do Sul, uma do Paraná e cinco na Bahia), 22 mandados de busca e apreensão de veículos (usados ou adquiridos pela organização criminosa), 37 mandados de sequestro de bens e rendas e suspensão dos CNPJs das empresas “laranjas”.

A operação policial é resultado de uma investigação que vem sendo realizada pelo DPI e pela Draco São Luiz Gonzaga (RS), que coordenam a Operação Hórus na Polícia Civil do RS. Ambos são coordenados também pelo DPI da SSP e Chefia da Polícia Civil. No RS, além de 125 policiais civis, participaram policiais e agentes da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal, Batalhão de Operações Especiais, Ministério da Pecuária, Agricultura e Abastecimento, Receita Federal, Secretaria Estadual da Agricultura e Instituto-Geral de Perícias. No Paraná e Bahia participaram a Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério da Pecuária, Agricultura e Abastecimento.


A investigação contra a falsificação de defensivos agrícolas

As investigações da Draco São Luiz Gonzaga iniciaram há cerca de um ano, a partir de uma demanda da coordenação central da operação Hórus (Ministério da Justiça, em Brasília), juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do RS e Chefia da Polícia Civil, já que estudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicavam que, desde meados do ano de 2021, o RS tornou-se a porta de entrada de defensivos ilegais fabricados na China e na Índia, que ingressam no território brasileiro pelos países vizinhos da Argentina e Uruguai.


Tal situação, que representa enorme risco à saúde pública, ao meio ambiente e à economia local e nacional, resultou num trabalho conjunto coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública que, por intermédio da Operação Hórus e Operação Controle Brasil, mapeou alguns grupos envolvidos e os pontos de ingresso dos defensivos agrícolas, resultando num trabalho investigativo amplo, que congregou todas as bases Hórus da Polícia Civil (São Luiz Gonzaga, Santiago, Bagé, Passo Fundo e Três Passos).


A organização criminosa tinha como sede principal a cidade de São Luiz Gonzaga (RS) e se dividia em 6 células, que eram compostas por 34 pessoas físicas e 3 pessoas jurídicas (empresas). Dois grupos menores, um deles sediado na zona rural de Roque Gonzales (RS) e outro em Humaitá (RS), eram os responsáveis pelo fornecimento dos defensivos proibidos e insumos usados na falsificação.


As demais quatro células se dividiam na falsificação dos produtos e embalagens, na venda dos defensivos agrícolas proibidos e na lavagem da renda do crime por meio de “laranjas”, tendo como sede principal a cidade de São Luiz Gonzaga/RS.


Ação passava por contas de “laranjas”

No decorrer das investigações, que contaram também com a participação efetiva dos demais órgãos de segurança pública e fiscalização envolvidos na operação Hórus de grande parte do Brasil, apurou-se que a organização criminosa era chefiada por um grupo de produtores rurais e empresários, alguns deles do ramo de insumos agrícolas, sendo que alguns deles movimentaram, em poucos meses – de janeiro a agosto de 2022 – mais de 25 milhões de reais em contas bancárias de “laranjas” (empresas, parentes e amantes).


A organização criminosa enviou diversas cargas de defensivos agrícolas ilegais para diversos produtores rurais do Brasil, em especial RS e Bahia, sendo que lá as cargas se concentraram nas regiões de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, região que tem se destacado nacionalmente na produção de grãos, especialmente a soja.


A Draco São Luiz Gonzaga monitorou as movimentações financeiras dos investigados, constatando que grande parte do dinheiro auferido com a venda criminosa dos defensivos agrícolas ilegais passou pelas mãos de diversos “laranjas”, incluindo familiares, “amantes” e empresas. Das atividades empresariais usadas para a lavagem da renda do crime, destacaram-se uma conhecida loja de roupas de grife, uma empresa do ramo de insumos agrícolas e uma pequena empresa de fabricação de “cucas” (pães doces), todas localizadas em São Luiz Gonzaga/RS.


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